quinta-feira, novembro 23, 2006

És assim como um véu de não me deixa ver o mundo escuro.
És como uns óculos cor de rosa que me fazem ver o mundo de outra cor.
És como um pedaço de paraíso que tenho entre mãos e que me vai mostrando a ser feliz.
És uma música daquelas que me tocam a alma.
És um sonho que tenho numa noite em que durmo muito bem.
És um café depois do almoço.
És um brandy com mel.
És tango argentino.
És um festinha no cabelo quando estou quase a dormir.
És o conforto da minha casa.
És o barulhinho da chuva na minha janela no inverno.
És o mar quente do Verão.
És a relva nos pés quando estou no parque verde na Primavera e tiro os sapatos.
És o Sol de todos os dias.
És as sandálias de enfiar no dedo.
És o abraço.
És o bom-dia sorridente.


Entre muitas outras coisas, és tudo o de bom que há para saborear na vida*

sexta-feira, novembro 10, 2006

O SUFOCO

Primeiro é como um abraço muito forte, deixa-nos sem ar. Depois, começa a apertar-nos também o coração e a seguir mói a alma.
É uma dor tão forte, é como a dor da desconfiança, aguda,tal fio de água muito fino no Inverno.
Parece que nunca mais vai passar. Vai ficar para sempre, não nos quer abandonar e a cada segundo que passa, tão nítido no relógio, aumenta e devora.
Uma dentada, tic, outra dentada, tac.
Em espasmos de dor, algo que não se controla.
Deito-me e apago a luz, ela não desaparece, aliás, permanece.
Tapo-me, mas ela continua lá.
Estou presa numa cela que sou eu própria e a dor não desaparece, não sei como me libertar...

domingo, novembro 05, 2006



UM ano, promete-me que ainda vêm mais, assim lamechas como este (e como esta fotografia), assim perfeitos como este!

UM dia, naquela noite que passámos na figueira ao relento, eu disse-te uma coisa e quero agora disser-te outra vez: Eu amo-te porque és tu e como és tu eu não consigo amar mais niguém no mundo como te amo a ti e tu amas-me a mim porque sou e porque não conseguirias amar mais ninguém como me amas a mim e sabes poruquê? Porque é o amor que damos um ao outro que nos faz amar assim!

AMO-TE PARA SEMPRE*

és tudo, és o anjo, és o caos, és o meu silêncio*

quarta-feira, novembro 01, 2006

Para 200º post escolhi um texto que não é meu, mas que retrata muito do que eu gosto muito, o dom das palavras não é ainda meu.
Parabéns para mim, parabéns para mim=)

Gosto muito

da lua cheia
do silêncio puro
da geometria da minha rua
dos dias compridos
de abraços demorados
de sorrisos no elevador
de pessoas autênticas
de conversas eternas
das janelas todas abertas sobre o rio e a cidade
de luzes baixas e amarelas dentro de casa
de quadros grandes
da cor do fogo
de todas as estrelas do céu
do sol da manhã e da luz do dia
do barulho do mar ao entardecer
da maré vazia ao fim do dia
do vento quando deixa marcas na areia lisa
do rumor vegetal das folhas nas árvores
do mando lilás das folhas de jacarandá que cobre o chão
de coincidências, surpresas e milagres
de ver pessoas felizes
de olhos que riem
de cidades grandes com rio
da voz dos que amo
de estar calada
da casa cheia de amigos
de jantares improvisados
de ouvir tocar piano e violino sempre
de ficar abstracta, às vezes
de livros e de poetas
de acordar tarde
de certas rotinas
de me esquecer das horas
da areia da praia ao meio dia, quando está a ferver
das vozes descombinadas no ar nas tardes de calor
do rapaz que passa na mota, ao meu lado
de quando sai a correr para a última fotografia com a luz do dia
dele muito mais do que ninguém
de saber que ele sabe isso
gosto da luz dourada do entardecer reflectida nos seus olhos
gosto da intimidade
da verdade e da cumplicidade
de templos e lugares sagrados
de horizontes liquídos
do azul infinito
de riscos brancos no céu
da cor púrpura do entardecer
de histórias de pessoas
de descobrir umas mãos fortes
de ir mais longe com alguém
dos que rezam comigo
da lua árabe só com uma estrela, no alto do céu
de ficar em casa,embalada nos barulhos da casa
de ainda ter comigo todos os que mais amo
de adormecer e de sonhar acordada
de amar e ser amada
de ser alguém especial
do amor dos amigos também
de estar com eles na praia até ser noite
de tantas outras coisas
e da vida, todos os dias.



Laurinda Alves
in
XIS


Há dois anos que escrevo neste blog e 200 textos depois, a vontade de escrever e de me paerfeiçoar não desvaneceu*