domingo, março 23, 2008













imagem de olhares.pt
Deita-me no lixo.
Rasga o meu coração com os teus dentes e deita-o no lixo.
Também já não serve de nada, mesmo...
Deita tudo o que te dei no lixo e não queiras saber mais.
Pode ser que assim me liberte e não o tente recuperar.
Vai brincar com outro coração que o meu está estragado e eu vou deitá-lo no lixo.


sexta-feira, março 07, 2008

Tenho agora uma cadeira de direito.
Falamos sobre os Direitos, os Deveres, mas essencialmente sobre os Direitos do Homem.
Que Direitos tem o Homem neste mundo?
Tem o Direito à vida, tem o Direito de viver com dignidade, tem o Direito de escolher a sua religião, ou seja, tem o Direito de acreditar no que bem lhe entender.
Faz-me alguma confusão que se façam guerras só porque alguém não pensa como nós...Só porque o nome que damos àquilo que nos ajuda a ultrapassar as dificuldades da vida é diferente.
Isto faz-me, e facto, alguma confusão.
Na sua maioria, os meus amigos são católicos, uns praticam mais que outros, mas nem por isso deixam de acreditar em Deus e depois há alguns que, tal como eu, não acreditam em nada, só na nossa força de escrever o nosso destino (talvez num blog).
Seria, então, para mim impensável que nos deixássemos de dar, de ser amigos, só porque tivemos educações religiosas diferentes, só porque a Sofia dá catequese e eu não acredito no Adão e na Eva.
Na verdade, eu não acredito minimamente na religião católica e noutras do género. Apesar de quase todas terem um líder, uma imagem a seguir, eu prefiro identificar-me com as religiões que acreditam no poder do Homem e na sua força de vontade.
Esta questão da religião aplica-se praticamente a todas as situações das nossas vidas.
A nossa intolerância ( e sim, também me incluo, porque algures no meu dia-a-dia fui de alguma forma intolerante com uma pessoa ou uma ideia) por vezes tapa-nos os olhos para a beleza da diversidade.
A meu ver, devemos aprender com as outras opiniões e nunca ter medo de mudar as nossas, somos seres vivos em constante mutação e estamos sempre a aprender.
Apesar de a Sofia dar catequese e de eu não acreditar em Deus, não significa que ela não tenha coisas para me ensinar e que eu não tenha um bom ponto de vista para lhe apresentar.
Não devemos perder tempo a dizer ou a pensar que a minha é melhor que a do vizinho, quando, amigavelmente, todas podem co-existir e podemos aprender muito com o que os outros nos têm a dizer.
A questão da intolerância pode parecer até um pouco ultrapassada, mas não é. Tantas vezes tentamos fazer com que a nossa voz fale mais alto que as dos outros, quando na verdade, todas juntas têm um papel muito mais determinante e produtivo.
Quando pensamos juntos, das nossas cabeças saem ideias boas, originais, que podemos pôr me prática. Das nossas cabeças saem muitas coisas boas e más. mas devemos canalizar para os outros as boas para podermos apagar as más.

terça-feira, março 04, 2008

Tenho o teu cheiro na minha cama, na minha pele.
Apetece-me arrancar-te de mim à força. com violência, com a garra de quem sofre.
Mas passeias no meu corpo através de cheiros, de sons, de objectos que deixas pela minha casa.
Nasce uma raiva em mim de querer tirar-te da minha cabeça, já a tenho ocupada com tantas coisas que não me interessam, só atrapalhas o que não me interessa...
Na verdade, o que me interessa és tu e tirar o teu cheiro de mim seria acabar com a minha pequena e amachucada alma...

domingo, março 02, 2008

Aperta-me a alma.
Passo a mão na cama e está vazia, fria, antes não era assim.
Antes enchia-la de vida e calor, apertavas-me nos teus braços e dizias que o mundo nunca ia acabar para nós.
Agora, o mundo acabou, agora a minha cama tem um buraco que me suga a energia, o coração e a alma, que me corrói a alma como um ácido...vais-me destruir com a tua ausência, com a falta de palavras, com as distância dos teus olhos.
Arrancaste-me de mim e deixaste o meu cadáver ao abandono, não interessa, sem ti sou oca, sou mesmo um corpo só sem nada lá dentro. Deixa-me então aqui, nesta cama que me parece um caixão.

sábado, março 01, 2008

Dizias que não tinha palavras para ti.
Dizias que antes as minhas palavras eram mais profundas.
Vê então agora as palavras que vão sair do buraco onde estava o meu coração, desse buraco profundo e vazio...
Prepara-te para veres as palavras que dele sairão.