terça-feira, abril 28, 2009

Ao longo do tempo fui aprendendo,
fui aprendendo que a vida dá voltas,
que a vida é cíclica,
que nem sempre é como queremos
e que, às vezes, pessoas saem e entram dela.
Algumas, quando saem, não fazem falta,
outras deixam marcas profundas à saída.
Também entram pessoas novas, de tempos a tempos,
Umas, agarram-nos logo a alma e encaixam perfeitas no coração,
outras, entram, saem, são passageiras,
só guardam um lugar na memória.
Há aquelas pessoas que não vemos há muito tempo,
e que, ainda assim, nos fazem sentir tantas coisas,
e outras, que vemos todos os dias e, surpreendentemente, não nos fazem sentir nada.
Há alturas em que afastamos quem gostamos,
e tantas alturas em que simplesmente deixamos de gostar,
mas, mais estranho, é quando alguma coisa em nós nos diz que não somos capazes de estar com quem gostamos...
Não tenho muitos amigos, é verdade, há coisas em mim que o impedem,
eu sei, não sou fácil,
mas não trocava a minha complexidade tantas vezes idiota por simplicidade nenhuma.
Tenho amigos que me conquistaram pela sua capacidade de me entender,
outros que me desiludiram quando percebi que afinal não me compreendiam.
Quem quer ficar, fica,
não prendo os braços nem as pernas a ninguém
cada vez mais estranho as pessoas à minha volta,
pergunto quem são, quem são para mim.
Percebo que às vezes não são mais que uma presença.
De quando a quando, tenho a felicidade de olhar à volta
e saber quem está comigo, saber quem são e quem são para mim,
entende-los como me entendem a mim,
saber que estarão sempre em mim,
saber que também eles fazem de mim quem sou,
saber que não me limito a mim,
saber que também eu faço e farei parte deles aqui,
em qualquer lugar onde estejamos,
onde estejam.
Isso faz-me saber quem sou e, quem sabe, para onde vou,
apagar memórias tristes,
o sabor amargo da desilusão,
pensar e saber que faz tudo parte,
a surpresa e a desilusão,
a surpresa de encontrar pessoas que são tão nossas
e a desilusão de descobrir que pessoas que pensava minhas,
afinal não passam de estranhos.



Só um pensamento num dia de chuva

4 Comments:

Blogger Nuno said...

Muito bom o texto :)

Também sinto isso muitas vezes...
As vezes parece que somos uma carruagem de metro (ou assim :|), entram pessoas, saem pessoas...há aquelas que só andam uma paragem ou duas e outras que ficam até à última paragem.

O que eu tenho de aprendido, é que temos de aproveitar enquanto não chega a próxima paragem, as pessoas vão saindo da carruagem, mas o que aconteceu fica para sempre.

Beijo e até 5ª feira*
(só de pensar que há um ano estávamos todos stressados com os preparativos para a queima, que saudades)

9:49 da tarde  
Blogger Cantinho do Olho said...

Até me deixaste com a lágrima no olho =)
Tu vais ficar, demoraste a encontrar a linha certa, mas ficar até ao fim, até à ultima paragem*

9:52 da tarde  
Blogger Aninha said...

Morro de saudades tuas... É já amanhã que te vou abraçar. Quero um abraço apertado, tá?


Quero que saibas que gosto muito mas mesmo muito de ti. És especial!

11:22 da manhã  
Blogger Helena Resende said...

Que maravilha de texto... e que bom encontrar-te por aqui!*

Prometo passar por aqui mts vezes mais... Beijinho com saudade*

Helena Resende*

7:16 da tarde  

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