domingo, junho 22, 2008

Precisava só de limpar o ar, esquecer que lá fora o sol brilha e ficar no escuro.
Entrar dentro de mim e procurar o vírus, deixá-lo consumir-me devagarinho, ouvir cada dentada.
A alma está velha, pode morrer
Amanhã nasce uma nova e de novo morrerá

sábado, junho 07, 2008

Parte I

Hoje vou entrar, como tanta gente, pelo caminho do "eles" ou do "algumas pessoas".
Não é algo que me agrade particularmente, apesar de poder ser considerado egocentrismo, prefiro falar de mim e do que eu sinto, porque isso eu posso justificar, posso explicar e acima de tudo, posso ter a certeza que não digo nem mexo com terceiros. Na verdade, o que sinto e o que sou, não tenho que justificar ou explicar.
Mas, hoje, sinto que não pode ser escrito de outra maneira.

Parte II

Há pessoas (aquele "outros" que nunca é "nós") que têm as ruas do pensamento estreitas.
Num mundo tão grande com tantas ruas largas, preferem percorrer a vida em ruas estreitas e que sufocam, são ruas labirínticas, ladrilhadas de mesquinhice e apertadas entre o preconceito.
Quem as percorre sem querer delas sair, corre o risco de se perder e afogar em mesquinhice e de nunca chegar a uma rua que só acaba onde o olhar deixa de conseguir alcançar.
Essa rua larga do pensamento permite correr, parar e ver passar as outras pessoas. Nas ruas estreitas só passa uma pessoa e não se encontra ninguém. Está-se sempre sozinho e a rua parece apertar cada vez mais.
Quem corre nas ruas estreitas do pensamento tende a viver a olhar por cima do ombro, com medo do som dos próprios passos e a fugir da própria sombra, invejando quem tem espaço para abrir os braços e amar o mundo com tudo o que ele tem dentro.
Pois quem tem as ruas largas conhece o que é diferente de si e vê tantos "outros" que todos somos "nós", que vive sufocado em ruas apertadas, só se conhece a si próprio e não há ninguém melhor, simplesmente porque o seu pensamento é pequeno e estreito e mesquinho.
Só nas ruas pequenas há espaço ara atitudes pequenas e desprezáveis.
Vamos todos alargar as ruas do nosso pensamento e abraçar o mundo e o "nós" com tudo o que somos e ter atitudes dignas de ruas largas e não de sítios pequenos que não levam ninguém a lado nenhum.
Vamos apagar os nossos actos mesquinhos e pensar maior, partir as paredes das ruas estreitas e deixar o sol entrar!






este texto foi escrito em inícios de Abril e apenas publicado hoje...mera coincidência!