segunda-feira, fevereiro 28, 2005

UM BEIJO,MEIO BEIJO

Vivemos com as memórias que guardamos. Elas encontram-se vivas na nossa pele, nas nossas rugas e nos cheiros que temos e levamos connosco. Sempre que andamos pela rua num dia carregado e ventoso, as nossas memórias surgem à flôr da pele para nos proteger do frio, e em cada rosto que se cruza por nós lembramo-nos de coisas passadas mais ou menos recentes.
Cheguei hoje a casa com memórias recentes que me lavam a alma devagarinho e que não me deixam ficar só, por mais sozinha que me encontre. Assim, o vento funciona como o tempo que vai curando as feridas que ainda me doiam na alma, já não doem... Essas memórias são agora pó que forram a alma e servem de alicerces para as memórias presentes e acontecimentos futuros.
Essas memórias foram apagadas por meio beijo...

domingo, fevereiro 27, 2005

E foi de repente como um ser iluminado...a chuva tornou-se mais limpa e o ar mais leve.Quando nao estava a espera ouvi aquela musica e a alma abriu..e deixou-te entrar...

terça-feira, fevereiro 15, 2005

GUERRA DE SAL

Quando uma pessoa luta por superar ou atingir alguma coisa,existem momentos de fraqueza,de desilusão, momentos em que o corpo já está cansado de lutar e se une à alma num remoinho,num contorcer de dor...dor que nao passa e é feroz...atroz..
Nesses momentos...a solidão parece acompanhar a cada esquina e faz questão de estar presente em todas as caras na multidão.
As lágrimas arranjam então maneira de se escaparem dos olhos e dá-se...a guerra do sal...

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

SONHOS

Imagino-te sempre sentado ao cimo das escadas de minha casa,mesmo ao pé da porta,onde fumas um cigarro nervoso e esperas por mim.
Tens aquela camisola beije e umas calças de ganga,o capacete está mesmo ao teu lado e,lá dentro, estão as chaves de casa e o maço de tabaco.Subo as escadas sempre a olhar para baixo e só levanto a cabeça quando sinto o cheiro a tabaco no ar, aí..vejo-te! Paro,pois não consigo acreditar no que os meus olhos me mostram, mas a minha alma não mente e uma lágrima desenrola-se devagar do meu olho e escorre pela cara.
Levantas-te e dizes engasgado que precisas de falar comigo...que tens saudades e que o que mais queres é que eu esteja contigo outra vez,para te fazer festinhas nas costas ou nos braços...que queres estar comigo.
Mas,apercebo-me que estou apenas a imaginar...e que nada disto é ou será algum dia real...