A memória está dividida em várias caixinhas. Uma, a primeira que é daquelas coisas que tens mesmo de te lembrar, tem o rotulo de "urgente". A segunda, é das coisas que ouvimos mas não fixamos e apenas passado algum tempo vimos a recordar, mas como uma fotografia desfocada,sem grande definição, tem o rotulo de "vagamente". A terceira das coisas que não nos queremos lembrar, esta é uma que abrimos frequentemente e acrescentamos coisas e mais coisas e mais coisas,chega a uma altura em que ela fica muito cheia e é complicado fechá-la,tem o rotulo de "memórias perdidas". Forçamos sempre,mas por vezes é mesmo dificil fazer com que ela feche propriamente. Pode então acontecer que ela se abra durante a noite e as preencha com sonhos calorosos ou frios...muito frios...As coisas más que tentamos esconder nos recantos da nossa memoria ficam frios da solidão,mas as coisas boas que se passaram e que queremos esquecer surgem nos nossos sonhos como fogosos e efemures momentos de felicidade...
A minha caixa de "memórias perdidas" está quase atafulhada...as memórias sobrepoem-se e ninguém me diz como a devo esvaziar para dar espaço...Tu ocupas a maior parte do espaço...desaparece...por favor!

When I'm with you I never feel down=)  

Serei alguma vez tao bonita como tu?? És linda=) 

Levantei-me de sobressalto. Seriam já horas de levantar? Sim, já era hora.
Como sempre, dirigi-me à janela e espreitei a vida da cidade, era ainda de noite, as estrelas deram-me brilhos de bom dia e o frio beijou-me a cara devagarinho. Fazia-me sentir viva!
Arranjei-me a pressa e sai de casa num passo apressado vendo a cidade acordar e espreguiçar-se, andei no meio da estrada sem o perigo de me chamarem louca, era tão cedo que não havia ninguém na rua.
(“já estou quase a chegar!”)
- Bom dia!
- Bom dia! Vamos?
- Sim!
Andámos pela rua e acabámos por ficar num cafezinho que abria cedo.
Numa hora e meia percorremos o mundo, achámos solução para os maiores problemas da humanidade, falámos de tudo e, no fundo, de nada. Chegámos à conclusão que o que realmente importa é aquilo mesmo, estar com quem se gosta, nem que seja as 7h da manhã, num café quentinho.
No final pude dizer “Mimi gosto muito de ti e adorei este bocado de tempo que rasgámos nas nossas mãos e que podemos reconstruir todos os dias. Temos que repetir.”
Adoro-te miúda! ;)

Eu e dois dos meus anjos sem asas =) 

Os teus beijos sabiam a manga ou a melão,dependia do sabor da pastilha que comprávamos naquele quiosque pequenino da esquina,aquele redondinho sempre atafulhado de revistas e jornais pesndurados na rua com toda a gente a ler as "letras gordas". Mas a nós só nos interessava os sabores das pastilhas e furavamos entre as pessoas e diziamos : "São duas de manga,duas de morango,duas de melão e duas de mentol". Eram sempre duas de cada,uma para ti e uma para mim!Não interessava quem pagava desta vez ou da próxima,eram estas pastilhas que nos entretinham num estado inconsciente enquanto subiamos e desciamos a mesma rua vezes sem conta só pelo prazer da companhia. O frio apertava os ossos e não nos deixava caminhar muito mais e,então,sentávamo-nos num banquinho a fazer concursos de balões...ver que conseguia rebentar o balão do outro apenas com o seu próprio balão...uma coisa um bocadinho infantil,mas despertava sorrisos em nós e uma vontade imensa de nunca,mas nunca mais querer sair daquele banquinho!
No entanto,apenas o frio parecia ser a favor dos nossos jogos,pois quando o tempo quente tomou o lugar ao frio tudo mudou...Permanecemos até então afastados...
Hoje comprei uma pastilha de manga e lembrei-me de ti...