Tenho agora uma cadeira de direito.
Falamos sobre os Direitos, os Deveres, mas essencialmente sobre os Direitos do Homem.
Que Direitos tem o Homem neste mundo?
Tem o Direito à vida, tem o Direito de viver com dignidade, tem o Direito de escolher a sua religião, ou seja, tem o Direito de acreditar no que bem lhe entender.
Faz-me alguma confusão que se façam guerras só porque alguém não pensa como nós...Só porque o nome que damos àquilo que nos ajuda a ultrapassar as dificuldades da vida é diferente.
Isto faz-me, e facto, alguma confusão.
Na sua maioria, os meus amigos são católicos, uns praticam mais que outros, mas nem por isso deixam de acreditar em Deus e depois há alguns que, tal como eu, não acreditam em nada, só na nossa força de escrever o nosso destino (talvez num blog).
Seria, então, para mim impensável que nos deixássemos de dar, de ser amigos, só porque tivemos educações religiosas diferentes, só porque a Sofia dá catequese e eu não acredito no Adão e na Eva.
Na verdade, eu não acredito minimamente na religião católica e noutras do género. Apesar de quase todas terem um líder, uma imagem a seguir, eu prefiro identificar-me com as religiões que acreditam no poder do Homem e na sua força de vontade.
Esta questão da religião aplica-se praticamente a todas as situações das nossas vidas.
A nossa intolerância ( e sim, também me incluo, porque algures no meu dia-a-dia fui de alguma forma intolerante com uma pessoa ou uma ideia) por vezes tapa-nos os olhos para a beleza da diversidade.
A meu ver, devemos aprender com as outras opiniões e nunca ter medo de mudar as nossas, somos seres vivos em constante mutação e estamos sempre a aprender.
Apesar de a Sofia dar catequese e de eu não acreditar em Deus, não significa que ela não tenha coisas para me ensinar e que eu não tenha um bom ponto de vista para lhe apresentar.
Não devemos perder tempo a dizer ou a pensar que a minha é melhor que a do vizinho, quando, amigavelmente, todas podem co-existir e podemos aprender muito com o que os outros nos têm a dizer.
A questão da intolerância pode parecer até um pouco ultrapassada, mas não é. Tantas vezes tentamos fazer com que a nossa voz fale mais alto que as dos outros, quando na verdade, todas juntas têm um papel muito mais determinante e produtivo.
Quando pensamos juntos, das nossas cabeças saem ideias boas, originais, que podemos pôr me prática. Das nossas cabeças saem muitas coisas boas e más. mas devemos canalizar para os outros as boas para podermos apagar as más.