ACHO QUE VOU MORRER...

Hoje acordei como se nunca mais fosse acordar e olhei para a minha mãe que despertava do meu lado como se nunca mais a fosse ver com aquele ar ensonado.
Fui para a escola e fiz todo o caminho com admiração…é o meu caminho…aquele que percorro todos os dias e pareceu-me que nunca mais o iria fazer. Estive com as pessoas de quem mais gosto e falei com elas como se precisasse de dizer tudo o que tinha a dizer e sorrir tudo o que tinha que sorrir, como se nunca mais fosse estar ali com elas, como estamos todos os dias...
Vim para casa e despedi-me da Mimi como se nunca mais fosse estar com ela e de repente senti-me agoniada com saudades de toda a gente!
Então, fiz o meu caminho de casa e olhei para o céu como se nunca mais fosse pisar aquele chão e nunca mais fosse cheirar o perfume do ar!
Apercebi-me, no meio da minha reflexão “barroca”, que tenho imensa sorte por viver como e com quem vivo!
É por isso que acho que vou morrer…ninguém vê as coisas desta maneira a menos que vá morrer!
Nunca mais deixo beijos pendurados ou adiados…sei lá se amanhã cá estou!